E já passou

Tanta azáfama, tantas filas
Tantas compras que se fazem semanas antes, algumas pessoas até iniciam meses antes.
Listas para aqui, listas para ali, ou para acolá
Uma prenda para o pai, outra para  a mãe, uma para a  Maria, outra para o Manuel, outra ainda para a vizinha que ficou com os nossos filhos...

Enfim, é uma época de consumismo desenfreado, gasta-se até não se poder mais.
Depois, passada toda esta aflição e entusiasmo volta tudo ao normal, volta tudo aquela fase em que estamos a "apertar o cinto"e não se pode gastar muito dinheiro.


Quanto às ofertas, essas por vezes são meras trocas, "há e tal como a Dolores o ano passado também me deu tenho de lhe comprar alguma coisa", o que é isto senão uma troca, não é bem pela amizade, ou pelo gosto de oferecer a uma pessoa que se ama não, é apenas pelo factor troca e sem qualquer sentimento à mistura.

No entanto, esta época também faz com que os melhores sentimentos do ser humano venham ao de cima, tais como o da inter-ajuda, da solidariedade, do apoio, da amizade, da partilha, da compaixão, tudo o que em algumas pessoas durante o resto do ano está completamente adormecido e de repente, como que por magia, que é exatamente esse o espírito desta quadra natalícia, vem à tona e desatam a oferecer ajuda, alimentos, agasalhos, enfim uma panóplia de coisas para os mais necessitados.

Mas pensem lá, no resto do ano esses necessitados não têm as mesmas carências que tiveram nesta época finda? Claro que têm e sim, verdade seja dita, existem seres humanos que durante os 365 dias do ano estão disponíveis para apoiar e dar a esses necessitados aquilo que precisam, aquilo que têm falta. Sim, eles estão lá, mas são poucos comparados com os mecenas que aparecem no Natal.

E perante estas constatações não se consegue fazer muito diferente, todos os anos vamos comprar prendas, trocar prendas, expelir a nossa vontade de ajudar, seremos mais simpáticos, mais amistosos, enfim, usaremos nesta época natalícia o bom senso e a compaixão que deveria estar presente em todos nós durante todo o ano.

Porém, à data de hoje e, por este ano esse sufoco de compras já passou, já demonstramos todo o apego e carinho a quem quisemos.

Esta é mesmo a nossa realidade e, quem nunca pecou que atire a primeira pedra.

Desejo a todas e todos umas Festas Felizes.











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