Margem Sul
Não tenho recordações da viagem.
Era bastante nova e fui separada dos meus amigos de infância.
Novo rumo, novos colegas, outras vivências, outras culturas, outras realidades.
Uma escola maior, mais turmas, mais alunos, outra realidade de convivências, outras experiências, novidades. Ciclo experimental.
Chuva, humidade, frio.
Para ajudar os pais no negócio deles ia com eles à Praça da Ribeira e à Praça de Almada (revenda).
Levantar cedo, 3/4 h da manhã. Noite escura, cerrada, frio imenso. Cheiro a verduras, peixe, carne, fruta, flores.
Quando terminávamos as compras seguia-se o momento áureo da noite: ir comer ao café da Ribeira, chocolate quente e um queque ou torrada. estava tudo muito quentinho, era uma sensação de bem-estar e de satisfação, tudo era esquecido até então.
Cheiros de café, chocolate, tabaco, torrada, enfim o Café da Ribeira de há 40 anos atrás.
Regresso ao estabelecimento de negócio, eram horas de ir para a escola. Autocarro até à Amora. por lá permanecia o dia quase todo e por vezes regressava a casa já de noite.
Em casa, sensação de conforto, carinho, mimos da minha cadelinha Pavone que morreu com 12 anos na estrada mesmo ao pé de casa.
Aconchego dos pais e miminhos bons, deitar cedo para no outro dia voltar às compras nas praças de revenda. Não era obrigada a fazer nada disto, era apenas o meu sentido de ajuda para com aqueles que tanto me amavam e apoiavam.
Volvidos 2 anos houve mudança de terra de negócio, de casa, de vida. Paio-Pires
2016-11-04
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